Resenha | Thor – Em Nome do Pai

“Para ser quem somos, devemos matar nossos pais.”

Calma. Não leve a expressão acima ao pé da letra, para nós mortais isto se trata apenas de uma figura de linguagem que diz que para sermos quem somos devemos sair da sombra de nossos pais e fazer nossas escolhas por nós mesmos, isso é crescer. Em Asgard, a morada dos deuses nórdicos esta expressão já é levada um pouco mais ao pé da letra.

Em nome do pai se passa logo após o período da conturbada guerra civil, que colocou herói contra herói e dividiu os Vingadores em duas equipes distintas lutando pelos seus ideais sobre a regulamentação do registro de heróis. Como todos sabem (ou nem todos, diferente de mim algumas pessoas sabem que tem um mundo lá fora com luz do sol) a disputa acabou com a vitória dos heróis pró-registro e a morte da sentinela da liberdade, o Capitão América. Ao contrário do que se pensa não são os deuses que matam os humanos, mas sim o contrário, as pessoas deixam de acreditar na existência dos deuses de Asgard fazendo que seus corpos passem a sumir. Em um ultimo esforço o príncipe Thor consegue reerguer o reino de Asgard ao custo de quase perder a vida.

Todos os habitantes do reino voltam a suas formas originais resgatados de corpos humanos onde estavam adormecidos, o evento também trouxe de volta a parte humana do deus do trovão, o doutor Donald Blake. A grande questão é que o retorno trouxe todos asgardianos de volta, menos o todo poderoso Odin e o amor de Thor, a guerreira Sif. Debilitado Thor se recolhe ao sono de Odin enquanto tenta buscar seu pai na terra dos mortos.

Enquanto parte em busca do pai, Asgard, agora dividindo espaço na terra vive seus dias enfraquecida pela proximidade e Loki, agora no corpo de uma mulher, máquina novos planos contra seu irmão adotivo, convenhamos que Loki num corpo de mulher não seja nada muito imaginativo, ainda mais fazendo uma cara de megera a cada quadro e tendo a expressão de sem-vergonha de sempre. No mundo dos mortos Thor encontra seu pai que agora vive em uma batalha infinita para evitar que Surtur volte a dominar seu reino. Odin finalmente conta sua história a Thor de como foi amaldiçoado por deixar a morte seu próprio pai e as consequências de seus atos eram assim refletidas na hora da morte.

Entre momentos de tiradas engraçadas, armadilhas bem arquitetadas e revelações entre pai e filho, temos uma bela trama que explora esta relação entre os deuses nórdicos e até mesmo um excelente quebra-pau de proporções épicas. Não só isso os desenhos estão muito bons, principalmente nas cenas de ação da trama que são bem feitos e detalhados, o roteiro também da um espetáculo ao mostrar relações entre o divino e o mortal e um encontro incrível de vingador para vingador. Em nome do pai é sem duvida história que mereceu a edição de luxo que recebeu e é obra indispensável aos colecionadores tanto da Marvel quanto do deus do trovão (no caso deste humilde nerd os dois).


Resenha escrita por: Eduardo Fossati