- Mestre, como decido com sabedoria?
O mestre responde:
- Fazendo boas escolhas.
- E como faço boas escolhas? - pergunta o discípulo.
- Fazendo más escolhas - replica o mestre.
Essa história tradicional nos coloca em contato com a essência do processo de aprimoramento de nossas decisões. Não acertamos tudo, nem acertamos sempre, mesmo quando as condições são similares às experiências passadas. Cada instante, exige consciência e percepção novas, com o senso da presença e com abertura suficiente para assumir riscos e acatar erros.
Já sabemos que não acertamos 100% de nossas escolhas, portanto, o erro é parte integrante do processo. Não é algo a ser evitado, é um meio pelo qual aprendemos sobre nós mesmos, sobre os desafios que temos em avaliar, analisar, arriscar e decidir. Algumas pessoas acreditam que aprendemos uma lição sobre o processo. Porém, como tudo é mutável, o que precisamos mesmo é aprender sobre como nós funcionamos frente ao processo decisório, para sermos capazes de aprimorar nosso método de eleição.
Algumas vezes, podemos nos tornar inflexíveis e repetir o erro sucessivamente, acreditando que o que deve se modificar é a situação externa, as condições dadas, a forma como o outro funciona, enfim, que a questão não depende de nós, mas de algo fora. [...]
Uma boa escolha não significa um acerto perene. Mesmo escolhendo bem em algum momento, essa decisão precisará ser repensada, revista e exigirá novas decisões ou, até mesmo, mudanças radicais. Desta forma, podemos nos dar conta que, num ambiente em transformação, as decisões também são transitórias e o fio condutor de tudo isso é nossa percepção, que deve estar em permanente aprimoramento para compreendermos em que momento devemos saltar de onda e pegar uma nova rota.
A vida é um evento diário, mesmo que tenhamos a sensação de que funcione como uma só e mesma experiência o tempo todo [...] Nossos valores também se modificam, se consolidam, descobrimos a cada tempo o que é mais importante e o que tem maior prioridade.
Essa é a graça de progredir continuamente em direção a uma melhor e maior compreensão de si mesmo. Podemos encontrar como consequência o envelhecimento de tudo, do corpo, da mente, das expectativas, dos julgamentos e nos tornarmos rígidos e solitários. Ou podemos eleger como base o aprimoramento contínuo em busca de uma maturidade cheia de vigor, desejo de aprender e abertura para mudar. Isso depende unicamente de nós mesmos. Reflita sobre isso. Suerte!
(Crônica retirada do jornal Correio do Povo - By: Dulce Magalhães)
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Oi Tai
ResponderExcluirLegal essa crônica ;)
Saudades dos seus comentários lá no Escuta Essa :)
Beijinhos
Renata
Escuta Essa