Resenha | O Farol do Porto da Paz

Sinopse: Toninho e sua família moram diante de um belo cenário litorâneo brasileiro: o Farol de Touros, no Rio Grande do Norte. Diante dele, a família Paiva vive momentos angustiantes e marcantes inesquecíveis para o menino doce e sonhador. Mesmo contra as aspirações do pai, que pertencia à Marinha e desejava o mesmo futuro para o filho Toninho parte do litoral nordestino para ser um grande correspondente internacional. Já formado, Tonny Paiva cobre os primeiros ataques no Iraque como um reconhecido profissional. Ao se deparar com inúmeros acontecimentos em meio à guerra, o audacioso jornalista revê seus conceitos e relembra de sua infância, o que impactará em suas atuais decisões.


Essa é uma história sobre fé, família, amor e determinação.
O livro é dividido em duas partes maravilhosas e de momentos completamente diferentes. Na primeira não encontramos claramente o personagem principal, pois conta com riquíssimos detalhes a trajetória e luta diária da humilde família Paiva. 
Roberto Paiva é o chefe da família e por pertencer à Marinha é rude na educação dos 4 filhos: Marta, Marcos, Toninho e Alexandre. Mônica é uma mãe doce, simples e gentil, mas que sofre com as brutalidades do marido que levou a família para morar longe da cidade grande e que sempre bate nos filhos, consequentemente maltratando a própria mulher que defende seus pequenos.
Cada um dos integrantes da família possui características diferentes e muito marcantes, inclusive algumas delas mudam com o tempo. Como, por exemplo, as características de Marta, que era feia, gordinha, chorona e com as reviravoltas do livro ela se torna uma mulher completamente diferente e admirável.
Adorei esse início de história, pois os detalhes me fizeram sentir o sabor da comida de Mônica, a dor das crianças ao levar uma pancada, a admiração pelas forças armadas e muito mais detalhes que a Kelly soube transmitir com riqueza.
Já a segunda metade do livro foca no personagem de Toninho que, diferentemente de todos os irmãos, não entrou para as forças armadas e sim para a faculdade de Jornalismo. 
Nessa parte a gente percebe e vivencia as emoções que um profissional da Comunicação passa em suas reportagens. Antônio Paiva vai para o Iraque cobrir os primeiros ataques de guerra e é lindo o modo como a autora consegue colocar algumas metáforas na trajetória de Tony. O medo e a vontade que ele sentiu de fazer uma boa reportagem foi destaque no capítulo, mas admito que muitas vezes senti raiva por algumas atitudes do mesmo. 
"Eu nunca pensei muito em como vou morrer, é uma coisa da qual procuro me esquivar, sempre achando que será tão mais tarde, que não vale a pena ficar queimando neurônios ou purificando a alma com isso. Pensei nisso nas poucas vezes em que subi aos morros cariocas, onde as balas perdidas fazem vítimas inocentes a cada tiroteio. Mas nem mesmo no meu humilde pesadelo seria em um banco sujo de um carro velho, do outro lado do mundo."
Durante sua trajetória como repórter de guerra, Toninho conhece uma refugiada e se apaixona por ela, que faz com que ele tenha forças para continuar seu trabalho difícil, no meio de tantos bombardeios. Até isso o livro consegue retratar, o amor entre duas pessoas.
O Farol do Porto da Paz é uma história simples, cheia de detalhes, que te faz admirar muitas profissões e te mostra a realidade da vida. Eu, como estudante de Comunicação, apesar de fazer Publicidade e Propaganda, adorei o enredo que envolveu o Jornalista, pois demonstra como todos os profissionais podem passar por situações difíceis, mas que acima de tudo devemos ter perseverança. 
Meu personagem preferido foi Marcos, pois as travessuras e a garra dele quando criança foi algo que chamou minha atenção. E a personalidade dele quando adulto ao demonstrar maturidade e amor pela família foi bonito de se ver (ler).
Apesar da ausência de separação dos capítulos, recomendo demais a leitura das 464 páginas publicadas pela editora Novo Século. 
E um enorme parabéns para a Kelly Cortez pela bela história. :)

2 comentários:

  1. Excelente resenha. Adorei ver o modo como você se identificou com detalhes e como isso te fez entrar de cabeça na história. Mesmo sendo simples acho que a leitura vai ser boa pelos detalhes que formam uma história boa.

    Eduardo Fossati
    http://onerdmutante.blogspot.com.br/

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  2. Linda resenha, gosto muito desse techo que você destacou. Super obrigada, beijo.

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