Resenha | Astronauta: Magnetar

Muito antes de Marcos Pontes, o primeiro astronauta brasileiro, o grande Mauricio de Sousa ainda em meados dos anos 80 criou o astronauta, um personagem do interior que deixou a vida na Terra para explorar o espaço acompanhado apenas do computador de sua nave, em histórias filosóficas e engraçadas que abordavam a solidão do espaço e fazem sucesso até hoje junto com os outros personagens da querida Turma da Mônica.

Apresentado em 2012, o selo Graphic Novel da Mauricio de Sousa Produções traz personagens já conhecidos em uma nova roupagem e temática adulta. Quem inicia este novo projeto é Danilo Beyruth, autor e criador do Necronauta que assume desenho e roteiro desta nova versão do Astronauta.

Em Astronauta: Magnetar, o personagem vai estudar o fenômeno conhecido como magnetar quando uma falha resultante do próprio fenômeno danifica sua nave e o sistema de comunicação deixando-o a deriva no espaço, a partir disso o tempo começa a correr e viver ou morrer na solidão é só uma questão de tempo, neste período de exilio é que vem a tona muitas lembranças e o julgamento das escolhas que fazemos durante a vida e o que arriscamos para alcançar o que queremos.

Tudo parece andar bem na história, desde os desenhos com sequencias muito bem feitas, o traço de Daniel Beyruth e as cores que dão o tom sombrio a trama. Dificilmente temos acesso a um material nacional tão bom e com temáticas tão pouco abordadas, seja pelo preço ou pela dificuldade de encontrar, que Astronauta se torna uma obra que merece ser lida e pode ser encontrada nas bancas.

Pessoalmente achei incrível, me prendi a trama do inicio ao fim acompanhando a solidão do protagonista, mesmo quando terminei de ler fiquei querendo desfrutar mais deste universo adulto que na versão original, junto ao Batman e Homem aranha me tornou um leitor hoje. Por algum motivo ao me lembrar da obra me lembro da canção Starman de David Bowie, mas acho que isso é uma particularidade. Se tiver a oportunidade de ler a obra não perca.    

Resenha por:
Eduardo Fossati