Crônica | Vivemos nossas escolhas

Acordava todos dias para a mesmíssima realidade e culpava o mundo pela estagnação em que vivia. Fazia as mesmas coisas, se vestia, falava e pensava igual a todos os dias, porém, desejava que a vida fosse diferente. Não conseguia compreender que era o molde e o processo da própria existência, assim, sempre buscava culpados e vilões para as dificuldades que enfrentava. Essa não é uma história nova, nem desconhecida. Todos nós já vivemos esta fase, aguardando a tutoria de outra pessoa para darmos o salto da mudança tão desejada.
Porém o desejo, como sabemos bem, não é suficiente para promover as transformações necessárias. Aponta a direção, é verdade, contudo precisa de ação efetiva para tornar-se realidade. [...]
A equação é simples, toda ação produz consequências de mesma intensidade e força contrária. O que significa isso?  Três coisas:
1. Encontramos o que buscamos. Aquilo que desejamos que aconteça precisa ser colocado em nossa vida, elaborado como propósito, estudado como objeto, estabelecidos em metas e colocado na prática diária. Encontramos o que buscamos e nos tornamos o que mais praticamos. É como se fôssemos um radar que vai identificar tudo aquilo para o qual foi programado e ajustado. 
2. Ação é criação de realidade. Só a ação gera resultados e estes formam a realidade. Assim, quando agimos estamos modelando condições para a realização. O movimento é uma força motriz que põe tudo em uma nova perspectiva. [...] É assim que estabelecemos condições para alcançar um determinado objetivo. O mais interessante é que já estamos criando a nova realidade desde o primeiro momento de ação, mesmo que ela tenha uma longa duração de tempo.
3. A energia que aplicamos é a energia que encontramos. Ao colocarmos energia para a realização de uma ação, criamos um campo de repercussão, onde tudo está refletido. Assim, nosso entusiasmo encontra entusiasmo na mesma medida e direção, mas em sentido contrário, ou seja, enviamos entusiasmo e recebemos entusiamos de volta. Isso também ocorre com pessimismo, alienação, boa vontade, raiva, afeto, enfim, com qualquer qualidade que imprimimos em nossa ação.
Se percebermos que somos a fonte geradora da realidade que experimentamos poderemos tomar posse do poder decisório e estabelecer novas condições para a criação de novas possibilidades de mundo. Tudo começa com nossas escolhas, que dependem do nível de consciência em que nos encontramos. Somos a causa e a vida é a consequência. Que possamos nos tornar a semente de uma realidade mais próspera e feliz para todos os seres, compartilhando dessa causa comum e vivendo em harmonia. [...] Suerte!

(Crônica retirada do jornal Correio do Povo - By: Dulce Magalhães) 

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